quinta-feira, abril 13, 2017

Delação da Odebrecht: veja as suspeitas levantadas sobre os principais políticos

Atual presidente, Michel Temer, e os ex-presidentes Dilma, Lula, FHC, Sarney e Collor foram citados por executivos na delações da Odebrecht.

Por G1



As delações premiadas de executivos da Odebrecht citaram algumas das figuras mais importantes da política recente no Brasil, mas nem todas já são alvos de inquéritos na Justiça. Uma das suspeitas mais comuns é a de receber ou cobrar propinas da construtora para campanhas eleitorais em troca de favores políticos. Veja a seguir quais são as suspeitas sobre os principais nomes que apareceram durante as investigações.

Michel Temer (PMDB), presidente da República

Com "imunidade temporária", o presidente não pode ser investigado por crimes que não aconteceram no exercício do mandato. A Procuradoria-Geral da República (PGR) não o incluiu na "lista do Janot", e por consequência ele também não é alvo de inquérito da "lista de Fachin", embora seja citado em 2 deles.

Suspeitas
·                   Ex-executivo da Odebrecht Márcio Faria diz que participou, em 15 de julho de 2010, de uma reunião comandada por Michel Temer na qual foi discutida a "compra do PMDB" por US$ 40 milhões.

·                   Marcelo Odebrecht disse que um jantar no Palácio do Jaburu com o então vice-presidente, em 28 de maio de 2014, foi como um "shake hands" (apertar de mãos, em inglês) para um acerto no valor de R$ 10 milhões da empreiteira para o PMDB.

·                   Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira, afirmou que no mesmo jantar Temer solicitou "direta e pessoalmente" a Marcelo Odebrecht apoio financeiro para as campanhas do PMDB em 2014.

·                   Em declarações feitas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março, Marcelo Odebrecht também disse ter pago R$ 150 milhões à chapa Dilma-Temer na campanha de 2014.

Delator diz que Odebrecht fez acordo com Michel Temer

O que diz Temer
O presidente Temer divulgou vídeo na quinta-feira (13) no qual confirmou ter reunido com um delator da Odebrecht, mas acrescentou que, no encontro, não discutiu valores nem "negócios escusos" da empreiteira com políticos.

"É fato que participei de uma reunião em 2010 com representante de uma das maiores empresas do país. A mentira é que nessa reunião eu teria ouvido referência a valores financeiros ou a negócios escusos da empresa com políticos. Isso jamais aconteceu. Nem nessa reunião nem em qualquer outra reunião que eu tenha feito ao longo de minha vida pública com qualquer pessoa física ou jurídica. Jamais colocaria a minha biografia em risco", disse.

"O verdadeiro homen público tem que estar à altura dos seus desfios que envolvem bons momentos e momentos de profundo desconforto. Minha maior aliada é a verdade, matéria-prima do Poder Judici[ário, que revelerá toda a verdade dos fatos", acrescentou.

Dilma Rousseff (PT), ex-presidente

A ex-presidente Dilma é citada em depoimento sobre repasse de caixa 2 e irregularidades no relacionamento entre o governo federal e a Odebrecht. Como a ex-presidente não tem mais foro privilegiado, as informações foram enviadas para outras instâncias, que devem decidir se abrem investigações para apurar as informações das delações premiadas.

Suspeitas
·                   Alexandrino de Alencar, ex-executivo da Odebrecht, citou pagamentos indevidos para a campanha presidencial de 2014. O dinheiro de caixa 2 teria sido pago por intermédio do assessor Manoel Sobrinho, a pedido de Edinho Silva, que foi tesoureiro da petista.

·                   Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira, disse que pagou R$ 150 milhões para campanhas de 2010 e 2014 e afirmou que ela tinha conhecimento do "apoio".

·                   Em declarações feitas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março, Marcelo Odebrecht também disse ter pago R$ 150 milhões à chapa Dilma-Temer na campanha de 2014.

Marcelo Odebrecht detalha doação de R$ 100 milhões para campanha de 2014 de Dilma Rousseff

O que diz Dilma
Na noite da terça-feira (11), quando foi divulgada a “lista de Fachin”, a ex-presidente divulgou uma nota. “A presidenta eleita Dilma Rousseff vem sendo vítima de vazamentos seletivos e direcionados há meses, sem que sequer saiba do que está sendo acusada. Mais uma vez, sabe pela imprensa.”

Em março, a ex-presidente divulgou nota na qual disse ser "mentirosa" a informação de que "teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014."

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ex-presidente

O ex-presidente Lula é citado em 6 petições enviadas à Justiça Federal do Paraná pelo relator da Lava-Jato no STF, Edson Fachin. Os documentos não mencionam valores, datas e os crimes supostamente cometidos.

·                   8 executivos relatam que a Odebrecht teria custeado despesas do ex-presidente, como reformas em um sítio em Atibaia (SP), aquisição de imóveis para uso pessoal, instalação do Instituto Lula e pagamentos de palestras.

·                   Emílio Odebrecht disse que a reforma no sítio em Atibaia (SP) custou cerca de R$ 700 mil.
·                   Hilberto Mascarenhas e Alexandrino Alencar revelaram o pagamento de uma "mesada" a Frei Chico, irmão de Lula.

·                   Lula se comprometeu a intermediar conversas com a então presidente Dilma. Em troca, a empreiteira apoiaria empresas do filho do ex-presidente, Luís Cláudio Lula da Silva.
·                   Atuação em favor da Odebrecht na edição de medida provisória que excluía o Ministério Público Federal dos acordos de leniência e em obras da empreiteira em Angola.
·                   Marcelo Odebrecht disse que destinou milhões ao "amigo", codinome referente a Lula. Ele cita primeiro R$ 35 milhões, depois fala em R$ 40 milhões. O acerto teria sido feito com o ex-ministro petista Antonio Palocci, não diretamente com Lula.

·                   Marcelo Odebrecht também afirmou que Lula saiba de caixa 2 em campanhas eleitorais, mas que nunca teve negociação direta com ele.

Em declaração, Emílio Odebrecht diz que reclamou com Lula sobre aumento de repasses

O que diz Lula
Em entrevista a uma rádio, Lula disse que não vai “rir, nem chorar” diante das denúncias, mas que vai ler cada peça do processo junto com seus advogados e exigir provas.

"Até compreendo que o Marcelo (Odebrecht) está preso há dois anos, até compreendo que ele tem família fora, que ele deve estar comendo o pão que o diabo amassou, que talvez ele esteja tentando criar condições para sair da cadeia", declarou Lula.

Lula disse ainda que, se a construtora decidiu dar R$ 5 mil ao irmão dele, "é problema da Odebrecht".
“Eu continuo desafiando qualquer empresário brasileiro, qualquer empresário, a dizer que um dia o Lula pediu R$ 10 pra ele ou alguém. Se alguém pediu em meu nome, a pessoa que pediu tem que ser presa, porque eu nunca autorizei ninguém a pedir dinheiro em meu nome”, afirmou.

O Instituto Lula afirmou que todas as doações à entidade foram feitas com os devidos registros e nota fiscal, dentro da lei e já foram informadas para a Operação Lava Jato pelo próprio instituto no fim de 2015.

O instituto afirma ainda que Lula jamais solicitou qualquer recurso indevido para a Odebrecht ou para qualquer outra empresa e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ser presidente da República democraticamente eleito por 2 mandatos.

Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ex-presidente

FHC é mais um ex-presidente citado nas delações da Odebrecht

O ministro do STF Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, encaminhou à Justiça de São Paulo petição para investigar as acusações sobre o ex-presidente FHC nas delações da Odebrecht. No documento, não há informações sobre valores.

·                   Emilio Odebrecht, patriarca do grupo empresarial, relatou “pagamento de vantagens indevidas, não contabilizadas, no âmbito da campanha eleitoral” do tucano à Presidência da República em 1993 e 1997.

Emilio Odebrecht afirma que Fernando Henrique Cardoso pediu ajuda para empreiteira em 1994

O que diz FHC
Em vídeo publicado no Facebook, FHC disse que ainda não conhece o teor das declarações de Odebrecht, mas que vai esclarecer "tudo". "Mas digo: é importante ir até o fundo das questões. O Brasil hoje precisa de transparência, e a Lava Jato está colaborando para que se coloquem as cartas na mesa. Vamos colocá-las. Eu não tenho nada a esconder nem a temer", afirmou.

Fernando Collor (PTC), ex-presidente e atual senador

As delações da Odebrecht acrescentaram uma investigação à lista do ex-presidente Collor, que é alvo de um total de 6 inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Ele é o único ex-presidente citado pelos executivos que ainda tem foro privilegiado. Em outros inquéritos no STF, Collor é acusado de ter recebido propina da BR Distribuidora, empresa da Petrobras.

·                   Dois executivos da Odebrecht disseram que Collor recebeu R$ 800 mil não contabilizados para sua campanha eleitoral em 2010, pagos pelo Setor de Operações Estruturadas do grupo.

·                   Na lista de políticos beneficiados por propinas, Collor era assinalado com o apelido “Roxinho”. Em troca do dinheiro, ele defenderia principalmente interesses da empresa na área de saneamento básico.
Ex-executivo da Odebrecht fala sobre a contribuição de R$ 800 mil a Fernando Collor

O que diz Collor
Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, o senador negou "de forma veemente haver recebido da Odebrecht qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral, de 2010”.

José Sarney (PMDB), ex-presidente
O nome de ex-presidente e ex-senador aparece 3 vezes como um dos beneficiários de contratos na execução da Ferrovia Norte-Sul, em Goiás, segundo colaboradores da Odebrecht. As informações sobre Sarney foram encaminhadas à Justiça de Goiás.

·                   Pedro Leão Neto e João Ferreira relataram que, em 2008 e 2009, houve pagamento de propina a agentes públicos pela participação na construção da Ferrovia Norte-Sul. Eles citaram 4% do valor do contrato, sendo que 1% seria destinado ao grupo político de José Sarney, representado por Ulisses Assada, diretor de engenharia da empresa responsável pela obra.

O que diz José Sarney
Os advogados do ex-presidente negam o pagamento de propina e dizem que Sarney não é citado diretamente, mas apenas uma pessoa que seria ligada a ele.

Eunício Oliveira (PMDB), presidente do Senado

O atual presidente do Senado brasileiro está entre os investigados em inquérito autorizado pelo ministro Fachin, relator da Operação Lava Jato no STF.

·                   senador é suspeito de ter recebido R$ 2 milhões de propina da Odebrecht para facilitar a aprovação de medidas provisórias favoráveis aos interesses da companhia e posterior conversão em leis. No sistema da Odebrecht, Eunício era o “índio”.

O que diz Eunício
Eunício Oliveira afirmou que "o Estado Democrático de Direito prevê, no curso dos inquéritos, o amplo direito de defesa. Vamos exercê-lo. A verdade prevalecerá. A Justiça brasileira tem maturidade e firmeza para apurar e distinguir a verdade das mentiras e das versões alternativas."

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
O deputado Rodrigo Maia é suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo investigações autorizadas pelo ministro Luiz Edson Fachin, do STF. Ele é citado em 2 inquéritos como suspeito dos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, corrupção praticada contra a administração pública e lavagem de dinheiro.

·                   Maia teria recebido pelo menos R$ 1 milhão da Odebrecht em 3 anos eleitorais, de 2008 a 2014, segundo os delatores.
·                   Um sistema da Odebrecht descreveu "pagamentos no contexto de aprovação de medida provisória e para eleição do ano de 2014".
·                   Tanto Rodrigo Maia quanto seu pai César Maia são citados como suspeitos de receber vantagem para aprovar leis favoráveis à Odebrecht.
·                   Delatores afirmaram que medidas provisórias foram aprovadas após a Odebrecht pagar milhões a diversos políticos. Maia é suspeito de receber R$ 100 mil. Ele tinha o codinome "Botafogo" na lista de beneficiários de propina.

Rodrigo Maia está entre os políticos listados pelo Ministro Edson Fachin

O que diz Maia
O presidente da Câmara afirmou que confia na Justiça e vai continuar confiando sempre. Declarou que as citações de delatores são falsas e os inquéritos serão arquivados. Segundo ele, o Ministério Público e a Justiça estão fazendo seu papel de forma competente.

Aécio Neves, senador e presidente do PSDB
O senador e presidente do PSBD, Aécio Neves, aparece em 5 inquéritos no Supremo Tribunal Federal, por causa de indícios de lavagem de dinheiro, corrupção, cartel e fraude em licitações. Delatores dizem que Aécio recebia propina para defender interesse de empreiteiras em hidrelétricas.
·                   Marcelo Odebrecht e Henrique Valladares dizem que o grupo político de Aécio recebeu R$ 50 milhões em troca do apoio, em especial em relação a obras no Rio Madeira e nas usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau.

·                   Valladares disse que pagou prestações entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões ao senador. Nas planilhas de propina da empresa, Aécio era identificado como "Mineirinho".
·                   Em 2007, o senador teria organizado um esquema para fraudar processos licitatórios na construção da "Cidade Administrativa" (ou "Centro Administrativo") de Minas Gerais.

·                   Segundo delatores, a Odebrecht doou R$ 1,8 milhão para a campanha de Antonio Anastasia ao governo de Minas, a pedido de Aécio. Em 2010, os colaboradores falaram em repasses de R$ 5,47 milhões.

·                   Outro inquérito trata do pagamento de vantagens indevidas, também simuladas como doações eleitorais. As "doações" teriam sido feitas em 2014, para a campanha de Aécio à Presidência e para outras campanhas do PSDB.

Marcelo Odebrecht afirma que pagou pelo menos R$ 50 milhões ao grupo de Aécio Neves

O que diz Aécio
Em nota, a assessoria do senador afirmou que a acusação de participação em ato ilícito envolvendo a Cidade Administrativa de Minas Gerais "é falsa e absurda". "Mesmo sem ter tido acesso ao conteúdo da delação informamos que a licitação das obras da Cidade Administrativa foi objeto de ampla investigação do Ministério Público Estadual que concluiu pelo arquivamento após constatar a regularidade dos procedimentos."

Além disso, em resposta ao G1, a assessoria diz que "os delatores foram unânimes nas declarações de que doações eleitorais feitas ao senador Aécio Neves não envolveram nenhum tipo de relação ilícita, propina ou contrapartidas". "Em vídeo, Marcelo Odebrecht fez a seguinte declaração sobre os contatos mantidos com o senador: “Nunca teve uma conversa para mim de pedir nada, vinculado a nada”.

"Registramos que as obras das usinas hidrelétricas do Rio Madeira (usinas de Santo Antônio e Jirau) foram licitadas pelo governo federal, do PT, não havendo, portanto, nenhuma participação do governo de Minas. Em uma delas, em Jirau, a Cemig foi inclusive derrotada. Dessa forma, não há qualquer elemento ou mesmo indício de participação do senador Aécio Neves em favor da empresa."

José Serra (PSDB), senador

Com base nas delações premiadas e com autorização do STF, Serra é investigado por receber doações ilegais da Odebrecht para suas campanhas em troca de facilitar contratos da empresa no estado de São Paulo.

·                   Durante sua gestão em São Paulo, a Odebrecht venceu contratos para obras públicas. Em 2008, Serra teria solicitado "diretamente" um pagamento de R$ 3 milhões como contribuição à prefeitura da capital paulista.
·                   Ex-presidente do conselho da Braskem, petroquímica do grupo Odebrecht, Pedro Novis, disse que fez contribuições para as campanhas de José Serra para manter um bom relacionamento e buscar auxílio futuro em contratos.
·                   Novis diz que pagou R$ 2 milhões para a campanha de Serra em 2004, para prefeitura de São Paulo, e de R$ 4 milhões para sua candidatura ao governo de São Paulo em 2006. Os pagamentos foram feitos por meio de contas no exterior indicadas por Amaro Ramos.
·                   O executivo também relatou que negociou uma doação de R$ 3 milhões em 2009 com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra.
·                   Em outra negociação, Novis autorizou o pagamento de R$ 23,3 milhões. De acordo com o delator, os pagamentos foram combinados entre "representantes do grupo Odebrecht e Ronaldo César Coelho e Márcio Fortes, pessoas indicadas pelo Senador da República José Serra."

O que diz Serra
Em nota, o senador José Serra afirma que não cometeu nenhuma irregularidade e que suas campanhas foram conduzidas pelo partido na forma da lei. Segundo ele, a abertura do inquérito pelo STF servirá como oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de sua conduta.

Eliseu Padilha (PMDB), ministro da Casa Civil

Atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha é suspeito de cobrar propinas, de pelo menos R$ 8 milhões, em nome do PMDB e do presidente Michel Temer para financiar campanhas eleitorais. Ele é investigado por corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro.

·                   Na primeira investigação, Padilha teria recebido um pagamento de R$ 4 milhões para garantir cláusulas para concessão do aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro, em 2014.
·                   O ministro também teria participado do jantar com Marcelo Odebrecht e Temer no Palácio do Jaburu, no qual teria solicitado o repasse de R$ 10 milhões para a campanha eleitoral.
·                   No segundo inquérito, Padilha estaria envolvido na cobrança de vantagens indevidas na construção de uma linha de trem entre Novo Hamburgo e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Ele teria recebido cerca de R$ 3,2 milhões para interferir na licitação.
·                   No sistema de pagamentos da Odebrecht, Padilha seria identificado como "Bicuíra".

Marcelo Odebrecht cita Eliseu Padilha em delação premiada

O que diz Padilha
O ministro da Casa Civil informou que só vai se manifestar nos autos.

Wellington Moreira Franco (PMDB), ministro da Secretaria Geral da Presidência

Assim como Padilha, Moreira Franco é suspeito de pedir propina para campanhas eleitorais em nome do PMDB e de Michel Temer, segundo o inquérito.

·                   Moreira Franco foi citado pelo executivo Paulo Cesena, que discutiu com o ministro a manutenção de cláusulas que aumentariam a chance de a empresa vencer uma segunda rodada de concessões aeroportuárias.
·                   Benedicto Barbosa da Silva relatou um repasse de R$ 4 milhões, solicitado por Franco ao grupo empresarial, e pago a Eliseu Padilha, a pretexto da campanha eleitoral de 2014.
·                   Documentos da Odebrecht apontam pagamento a uma pessoa com apelido “Primo”.

O que diz Moreira Franco
A assessoria de imprensa do ministro disse que ele não irá comentar o caso.

Bruno Araújo (PSDB), ministro das Cidades
Ministro Bruno Araújo (PSDB-PE) (Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara)

O ministro das Cidades, Bruno Araújo será investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelos crimes de corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato.
·                   Araújo é suspeito de ter recebido R$ 600 mil da empreiteira Odebrecht para agir em favor da empresa no Congresso quando era deputado federal.

·                   Os valores, ainda segundo as denúncias, foram entregues a pretexto de doação eleitoral.

O que diz Bruno Araújo
Em nota enviada pelo ministério das Cidades, Araújo afirma que pediu doações para diversas empresas conforme a lei eleitoral, inclusive para a Odebrecht e que manteve uma “relação institucional com todas essas empresas”. “Em todo o meu mandato, sempre atuei em prol de interesses coletivos. Atuei de acordo com a minha consciência”, disse no comunicado.

Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), ministro das Relações Exteriores
Ministro Aloysio Nunes (PSDB-SP) (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O ministro de Relações Exteriores também será investigado por receber doações ilegais em troca de favores políticos.

·                   Nunes é suspeito de receber ilegalmente R$ 500 mil do grupo Odebrecht para financiar sua campanha para o Senado em troca de favores políticos.

·                   Ele está no mesmo inquérito que pede a investigação do senador José Serra (PSDB) por irregularidades na licitação das obras do Rodoanel Sul em São Paulo, que favoreceram a Odebrecht.
·                   A Odebrecht chegou a pagar R$ 2,2 milhões a uma offshore de Amaro Ramos, que é apontado como operador do PSDB.

José Serra e Aloysio Nunes estão entre os citados em delações da Odebrecht

O que diz Aloysio Nunes
O ministro disse que as acusações são mentirosas e que comentaria a questão após ter acesso ao pedido de inquérito.

Gilberto Kassab (PSD), ministro da Ciência e Tecnologia

Citado em 2 inquéritos, Gilberto Kassab é suspeito de receber milhões de reais em vantagens indevidas, tanto quando ocupava o cargo de prefeito de São Paulo, quanto na posição de ministro das Cidades e no atual cargo.

·                   No 1º inquérito, os executivos Benedicto Barbosa e Paulo Cesena afirmaram que Kassab recebeu um total de R$ 20 milhões, distribuídos ao longo de vários episódios, entre 2008 e 2014.
·                   Um 2º documento aponta que Kassab foi um dos beneficiários em um esquema de pagamentos de vantagem indevida para agentes públicos em obras viárias de São Paulo em 2008.
·                   A propina seria de 5% do contrato, além de um adiantamento de R$ 2 milhões, que não foi pago porque já existiam doações diretas ao então candidato Kassab.

Ministro Gilberto Kassab é citado por executivos da Odebrecht

O que diz Kassab
Em sua defesa, o ministro emitiu um comunicado no qual diz que “confia na Justiça, ressalta que não teve acesso oficialmente às informações e que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores, que não são provas. Reafirma que os atos praticados em suas campanhas foram realizados conforme a legislação."

Marcos Antônio Pereira (PRB), ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, será investigado pela PGR (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Segundo inquérito, Pereira é suspeito de receber dinheiro da Odebrecht em favor do Partido Republicano Brasileiro (PRB), do qual era presidente, na campanha à presidência de Dilma Rousseff.
·                   Segundo Marcelo Odebrecht, um pagamento de R$ 7 milhões foi realizado diretamente ao ministro Marcos Pereira.

O que diz Marcos Pereira
Em nota, Pereira diz que está à disposição da Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários,”muito embora não tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada daquilo que é acusado”.

O ministro diz que “agiu sempre dentro da lei, buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas”.

Blairo Maggi (PP), ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Blairo Maggi, ministro da Agricultura (Foto: Tais Laporta / G1)

Maggi é suspeito de ser o destinatário de pagamentos durante sua campanha à reeleição em 2006, no Mato Grosso, de acordo com delatores da Odebrecht. Ele é alvo de inquérito autorizado pelo STF.

·                   Blairo Maggi teria recebido R$ 12 milhões durante campanha em 2006 ao governo do estado do Mato Grosso.
·                   Os pagamentos foram registrados nas planilhas da Odebrecht com o apelido de "Caldo".

O que diz Maggi
"Lamento que meu nome tenha sido incluído numa lista de pessoas citadas em delações da Construtora Odebrecht, sem que eu tivesse qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo para me defender. Me causa grande constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na qual não sei sequer do que sou acusado."

"Mesmo assim, gostaria de esclarecer que: 1. Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais; 2. Não tenho ou tive qualquer relação com a empresa ou os seus dirigentes. 3. Tenho minha consciência tranquila de que nada fiz de errado."

Helder Barbalho (PMDB), ministro da Integração Nacional

Agora alvo de inquérito, Barbalho é suspeito de receber dinheiro não contabilizado durante sua campanha ao governo do Pará em 2014.

·                   Com objetivo de ser uma concessionária da área de sanemaneto básico no Pará, a Odebrecht diz ter passado R$ 1,5 milhão para a campanha de Barbalho ao governo do estado em 2014. O valor foi pago em 3 parcelas.

·                   O próprio Barbalho teria solicitado o dinheiro, repassado através do Setor de Operações Estruturadas do grupo Odebrecht. O então candidato era conhecido pelo apelido de "Cavanhaque".

O que diz Helder Barbalho
O ministro nega que tenha cometido ilegalidades e reafirmou que todos os recursos que recebeu como doações para sua campanha em 2014 foram devidamente registradas junto ao TRE-PA, que aprovou todas as suas contas.

A nota acrescenta que "não tinha e não tem qualquer ingerência sobre a área de saneamento no município de Marabá", e "destaca sua estranheza com o codinome Cavanhaque, em toda sua trajetória política, Helder Barbalho nunca usou cavanhaque".

Guido Mantega, ex-ministro

O nome de Mantega aparece em 4 petições encaminhadas por Fachin à Justiça Federal do Paraná baseadas em delações de executivos da Odebrecht. Ele é suspeito de cometer os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

·                   Segundo 3 delatores, em 2012, Mantega e dois deputados federais se comprometeram a ajudar o braço imobiliário da empreiteira a vender uma torre comercial e um shopping em São Paulo. O negócio envolveria o fundo de pensão Previ. Em troca, a Odebrecht teria pago R$ 27 milhões ao PT.
·                   Em 2011, o chefe de gabinete de Mantega propôs a Marcelo Odebrecht a contratação de uma consultoria por valores acima do mercado em troca da manutenção de boas relações com o Ministério da Fazenda e o BNDES. O documento não cita valores.
·                   Marcelo Odebrecht relata o pagamento de patrocínio de R$ 1 milhão à revista Brasileiros a pedido de Mantega.
·                   Um e-mail trata de pagamentos ilícitos a Mantega condicionados à solução de problemas da Odebrecht com a Petrobras.
·                   Mantega é citado por delatores da Odebrecht quando eles relatam o funcionamento das planilhas com osapelidos "Italiano" e "Pós-italiano" em suposta referência aos períodos em que Palocci e ele ocuparam cargos no governo, segundo o Ministério Público.

Marcelo Odebrecht cita ex-ministro Guido Mantega em delação premiada

O que diz Mantega
O advogado José Roberto Batochio disse que a defesa de Mantega ainda não conhece os motivos para abertura do inquérito e que só vai se pronunciar quando tiver acesso ao teor da denúncia.

Antonio Palocci (PT), ex-ministro
Ex-ministro Antonio Palocci (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)
Como Palocci não tem foro privilegiado, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou 3 petições a outras instâncias do Judiciário e também pediu a inclusão de informações em inquéritos já abertos na Suprema Corte. Os documentos não informam valores.

·                   Em troca de repasses de dinheiro, o ex-ministro teria o compromisso de facilitar a concessão de benefícios fiscais, relativos a crédito presumido de PIS/Cofins, para a Braskem.
·                   Segundo os delatores, as negociações resultaram na edição da medida provisória 252/05, posteriormente convertida na Lei 11.196/05 (sobre tributação para exportação de serviços de tecnologia).
·                   Marcelo Odebrecht disse que repassou R$ 14 milhões a Palocci, a pedido de Benjamin Steinbruch, presidente à época da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).
·                   Nas planilhas da Odebrecht, Palocci teria o apelido de "italiano".

·                   Palocci também seria o intermediário em um repasse de Marcelo Odebrecht, entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões, a Luiz Inácio Lula da Silva.

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