Atual presidente, Michel Temer, e os ex-presidentes Dilma, Lula, FHC, Sarney e Collor foram citados por executivos na delações da Odebrecht.
Por G1
As delações premiadas de executivos da Odebrecht
citaram algumas das figuras mais importantes da política recente no Brasil, mas
nem todas já são alvos de inquéritos na Justiça. Uma das suspeitas mais comuns
é a de receber ou cobrar propinas da construtora para campanhas eleitorais em
troca de favores políticos. Veja a seguir quais são as suspeitas sobre os
principais nomes que apareceram durante as investigações.
Michel Temer
(PMDB), presidente da República
Com "imunidade temporária", o presidente
não pode ser investigado por crimes que não aconteceram no exercício do
mandato. A Procuradoria-Geral da República (PGR) não o incluiu na "lista do Janot", e por consequência ele
também não é alvo de inquérito da "lista de Fachin", embora
seja citado em 2 deles.
Suspeitas
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Ex-executivo da Odebrecht
Márcio Faria diz que participou, em 15 de julho de 2010, de uma reunião comandada por Michel Temer na qual foi discutida a
"compra do PMDB" por US$ 40 milhões.
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Marcelo Odebrecht disse que
um jantar no Palácio do Jaburu com o então vice-presidente,
em 28 de maio de 2014, foi como um "shake hands" (apertar
de mãos, em inglês) para um acerto no valor de R$ 10 milhões da empreiteira
para o PMDB.
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Cláudio Melo Filho,
ex-vice-presidente de Relações Institucionais da empreiteira, afirmou que no
mesmo jantar Temer solicitou "direta e pessoalmente" a Marcelo
Odebrecht apoio financeiro para as campanhas do PMDB em
2014.
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Em declarações feitas ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março, Marcelo Odebrecht também disse ter pago R$ 150 milhões à chapa
Dilma-Temer na campanha de 2014.
Delator diz que Odebrecht fez acordo com Michel
Temer
O que diz Temer
O presidente Temer divulgou vídeo na quinta-feira
(13) no qual confirmou ter reunido com um delator da Odebrecht, mas acrescentou
que, no encontro, não discutiu valores nem "negócios escusos" da
empreiteira com políticos.
"É fato que participei de uma reunião em 2010
com representante de uma das maiores empresas do país. A mentira é que nessa
reunião eu teria ouvido referência a valores financeiros ou a negócios escusos
da empresa com políticos. Isso jamais aconteceu. Nem nessa reunião nem em
qualquer outra reunião que eu tenha feito ao longo de minha vida pública com
qualquer pessoa física ou jurídica. Jamais colocaria a minha biografia em
risco", disse.
"O verdadeiro homen público tem que estar à
altura dos seus desfios que envolvem bons momentos e momentos de profundo
desconforto. Minha maior aliada é a verdade, matéria-prima do Poder
Judici[ário, que revelerá toda a verdade dos fatos", acrescentou.
Dilma Rousseff
(PT), ex-presidente
A ex-presidente Dilma é citada em depoimento sobre
repasse de caixa 2 e irregularidades no relacionamento entre o governo federal
e a Odebrecht. Como a ex-presidente não tem mais foro privilegiado, as
informações foram enviadas para outras instâncias, que devem decidir se abrem
investigações para apurar as informações das delações premiadas.
Suspeitas
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Alexandrino de Alencar,
ex-executivo da Odebrecht, citou pagamentos indevidos para a campanha presidencial de 2014.
O dinheiro de caixa 2 teria sido pago por intermédio do assessor Manoel
Sobrinho, a pedido de Edinho Silva, que foi tesoureiro da petista.
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Marcelo Odebrecht,
ex-presidente da empreiteira, disse que pagou R$ 150 milhões para campanhas de 2010 e 2014 e afirmou que ela tinha conhecimento do "apoio".
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Em declarações feitas ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março, Marcelo Odebrecht também disse ter pago R$ 150 milhões à chapa
Dilma-Temer na campanha de 2014.
Marcelo Odebrecht detalha doação de R$ 100 milhões
para campanha de 2014 de Dilma Rousseff
O que diz Dilma
Na noite da terça-feira (11), quando foi divulgada
a “lista de Fachin”, a ex-presidente divulgou uma nota. “A presidenta eleita
Dilma Rousseff vem sendo vítima de vazamentos seletivos e direcionados há
meses, sem que sequer saiba do que está sendo acusada. Mais uma vez, sabe pela
imprensa.”
Em março, a ex-presidente divulgou nota na qual
disse ser "mentirosa" a informação de que "teria pedido recursos
ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado
pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois,
durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014."
Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), ex-presidente
O ex-presidente Lula é citado em 6 petições enviadas à Justiça Federal do Paraná pelo
relator da Lava-Jato no STF, Edson Fachin. Os documentos não mencionam valores,
datas e os crimes supostamente cometidos.
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8 executivos relatam que a
Odebrecht teria custeado despesas do ex-presidente, como reformas em um sítio em Atibaia (SP), aquisição de imóveis para
uso pessoal, instalação do Instituto Lula e pagamentos de palestras.
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Emílio Odebrecht disse que a reforma no sítio em Atibaia (SP) custou cerca de R$ 700 mil.
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Hilberto Mascarenhas e
Alexandrino Alencar revelaram o pagamento de uma "mesada" a Frei Chico, irmão de Lula.
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Lula se comprometeu a
intermediar conversas com a então presidente Dilma. Em troca, a empreiteira
apoiaria empresas do filho do ex-presidente, Luís Cláudio Lula da Silva.
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Atuação em favor da Odebrecht
na edição de medida provisória que excluía o Ministério Público Federal dos
acordos de leniência e em obras da empreiteira em Angola.
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Marcelo Odebrecht disse que destinou milhões ao "amigo",
codinome referente a Lula. Ele cita primeiro R$ 35 milhões, depois fala em R$
40 milhões. O acerto teria sido feito com o ex-ministro petista Antonio
Palocci, não diretamente com Lula.
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Marcelo Odebrecht também
afirmou que Lula saiba de caixa 2 em campanhas eleitorais, mas
que nunca teve negociação direta com ele.
Em declaração, Emílio Odebrecht diz que reclamou
com Lula sobre aumento de repasses
O que diz Lula
Em entrevista a uma rádio, Lula disse que não vai “rir, nem chorar” diante das denúncias,
mas que vai ler cada peça do processo junto com seus advogados e exigir provas.
"Até compreendo que o Marcelo (Odebrecht) está
preso há dois anos, até compreendo que ele tem família fora, que ele deve estar
comendo o pão que o diabo amassou, que talvez ele esteja tentando criar
condições para sair da cadeia", declarou Lula.
Lula disse ainda que, se a construtora decidiu dar
R$ 5 mil ao irmão dele, "é problema da Odebrecht".
“Eu continuo desafiando qualquer empresário
brasileiro, qualquer empresário, a dizer que um dia o Lula pediu R$ 10 pra ele
ou alguém. Se alguém pediu em meu nome, a pessoa que pediu tem que ser presa,
porque eu nunca autorizei ninguém a pedir dinheiro em meu nome”, afirmou.
O Instituto Lula afirmou que todas as doações à
entidade foram feitas com os devidos registros e nota fiscal, dentro da lei e
já foram informadas para a Operação Lava Jato pelo próprio instituto no fim de
2015.
O instituto afirma ainda que Lula jamais solicitou
qualquer recurso indevido para a Odebrecht ou para qualquer outra empresa e
sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ser presidente da
República democraticamente eleito por 2 mandatos.
Fernando
Henrique Cardoso (PSDB), ex-presidente
FHC é mais um ex-presidente citado nas delações da
Odebrecht
O ministro do STF Luiz Edson Fachin, relator da
Operação Lava Jato, encaminhou à Justiça de São Paulo petição para investigar
as acusações sobre o ex-presidente FHC nas delações da Odebrecht. No documento,
não há informações sobre valores.
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Emilio Odebrecht, patriarca
do grupo empresarial, relatou “pagamento de vantagens indevidas, não contabilizadas, no âmbito da
campanha eleitoral” do tucano à Presidência da República em 1993
e 1997.
Emilio Odebrecht afirma que Fernando Henrique
Cardoso pediu ajuda para empreiteira em 1994
O que diz FHC
Em vídeo publicado no Facebook, FHC disse que ainda
não conhece o teor das declarações de Odebrecht, mas que vai esclarecer
"tudo". "Mas digo: é importante ir até o fundo das questões. O
Brasil hoje precisa de transparência, e a Lava Jato está colaborando para que
se coloquem as cartas na mesa. Vamos colocá-las. Eu não tenho nada a esconder
nem a temer", afirmou.
Fernando Collor
(PTC), ex-presidente e atual senador
As delações da Odebrecht acrescentaram uma
investigação à lista do ex-presidente Collor, que é alvo de um total de 6 inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Ele é o
único ex-presidente citado pelos executivos que ainda tem foro privilegiado. Em
outros inquéritos no STF, Collor é acusado de ter recebido propina da BR Distribuidora,
empresa da Petrobras.
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Dois executivos da Odebrecht
disseram que Collor recebeu R$ 800 mil não contabilizados para sua campanha
eleitoral em 2010, pagos pelo Setor de Operações Estruturadas do
grupo.
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Na lista de políticos
beneficiados por propinas, Collor era assinalado com o apelido “Roxinho”. Em
troca do dinheiro, ele defenderia principalmente interesses da empresa na área
de saneamento básico.
Ex-executivo da Odebrecht fala sobre a contribuição
de R$ 800 mil a Fernando Collor
O que diz Collor
Por meio de nota enviada pela assessoria de
imprensa, o senador negou "de forma veemente haver recebido da Odebrecht
qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral, de 2010”.
José Sarney
(PMDB), ex-presidente
O nome de ex-presidente e ex-senador aparece 3
vezes como um dos beneficiários de contratos na execução da Ferrovia Norte-Sul,
em Goiás, segundo colaboradores da Odebrecht. As informações sobre Sarney foram
encaminhadas à Justiça de Goiás.
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Pedro Leão Neto e João
Ferreira relataram que, em 2008 e 2009, houve pagamento de propina a agentes
públicos pela participação na construção da Ferrovia Norte-Sul. Eles citaram 4%
do valor do contrato, sendo que 1% seria destinado ao grupo político de José Sarney,
representado por Ulisses Assada, diretor de engenharia da empresa responsável
pela obra.
O que diz José Sarney
Os advogados do ex-presidente negam o pagamento de
propina e dizem que Sarney não é citado diretamente, mas apenas uma pessoa que
seria ligada a ele.
Eunício
Oliveira (PMDB), presidente do Senado
O atual presidente do Senado brasileiro está entre
os investigados em inquérito autorizado pelo ministro Fachin, relator da
Operação Lava Jato no STF.
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O senador é suspeito de ter recebido R$ 2 milhões de propina da
Odebrecht para facilitar a aprovação de medidas provisórias
favoráveis aos interesses da companhia e posterior conversão em leis. No
sistema da Odebrecht, Eunício era o “índio”.
O que diz Eunício
Eunício Oliveira afirmou que "o Estado
Democrático de Direito prevê, no curso dos inquéritos, o amplo direito de
defesa. Vamos exercê-lo. A verdade prevalecerá. A Justiça brasileira tem
maturidade e firmeza para apurar e distinguir a verdade das mentiras e das
versões alternativas."
Rodrigo Maia
(DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
O deputado Rodrigo Maia é suspeito de corrupção e lavagem de dinheiro,
segundo investigações autorizadas pelo ministro Luiz Edson Fachin, do STF. Ele
é citado em 2 inquéritos como suspeito dos crimes de corrupção ativa, corrupção
passiva, corrupção praticada contra a administração pública e lavagem de
dinheiro.
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Maia teria recebido pelo
menos R$ 1 milhão da Odebrecht em 3 anos eleitorais, de 2008 a 2014, segundo os
delatores.
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Um sistema da Odebrecht
descreveu "pagamentos no contexto de aprovação de medida provisória e para
eleição do ano de 2014".
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Tanto Rodrigo Maia quanto seu
pai César Maia são citados como suspeitos de receber vantagem para aprovar leis
favoráveis à Odebrecht.
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Delatores afirmaram que
medidas provisórias foram aprovadas após a Odebrecht pagar milhões a diversos
políticos. Maia é suspeito de receber R$ 100 mil. Ele tinha o codinome
"Botafogo" na lista de beneficiários de propina.
Rodrigo Maia está entre os políticos listados pelo
Ministro Edson Fachin
O que diz Maia
O presidente da Câmara afirmou que confia na
Justiça e vai continuar confiando sempre. Declarou que as citações de delatores
são falsas e os inquéritos serão arquivados. Segundo ele, o Ministério Público
e a Justiça estão fazendo seu papel de forma competente.
Aécio Neves,
senador e presidente do PSDB
O senador e presidente do PSBD, Aécio Neves,
aparece em 5 inquéritos no Supremo Tribunal Federal, por causa de indícios de lavagem de dinheiro, corrupção, cartel e fraude em
licitações. Delatores dizem que Aécio recebia propina para
defender interesse de empreiteiras em hidrelétricas.
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Marcelo Odebrecht e Henrique
Valladares dizem que o grupo político de Aécio recebeu R$ 50 milhões em troca do apoio,
em especial em relação a obras no Rio Madeira e nas usinas hidrelétricas de
Santo Antônio e Jirau.
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Valladares disse que pagou
prestações entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões ao senador. Nas planilhas de
propina da empresa, Aécio era identificado como "Mineirinho".
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Em 2007, o senador teria
organizado um esquema para fraudar processos licitatórios na construção da "Cidade Administrativa" (ou "Centro
Administrativo") de Minas Gerais.
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Segundo delatores, a Odebrecht doou R$ 1,8 milhão para a campanha de Antonio Anastasia
ao governo de Minas, a pedido de Aécio. Em 2010, os
colaboradores falaram em repasses de R$ 5,47 milhões.
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Outro inquérito trata do
pagamento de vantagens indevidas, também simuladas como doações eleitorais. As
"doações" teriam sido feitas em 2014, para a campanha de Aécio à
Presidência e para outras campanhas do PSDB.
Marcelo Odebrecht afirma que pagou pelo menos R$ 50
milhões ao grupo de Aécio Neves
O que diz Aécio
Em nota, a assessoria do senador afirmou que a
acusação de participação em ato ilícito envolvendo a Cidade Administrativa de
Minas Gerais "é falsa e absurda". "Mesmo sem ter tido acesso ao
conteúdo da delação informamos que a licitação das obras da Cidade
Administrativa foi objeto de ampla investigação do Ministério Público Estadual
que concluiu pelo arquivamento após constatar a regularidade dos
procedimentos."
Além disso, em resposta ao G1, a assessoria diz que "os delatores foram
unânimes nas declarações de que doações eleitorais feitas ao senador Aécio
Neves não envolveram nenhum tipo de relação ilícita, propina ou
contrapartidas". "Em vídeo, Marcelo Odebrecht fez a seguinte declaração
sobre os contatos mantidos com o senador: “Nunca teve uma conversa para mim de
pedir nada, vinculado a nada”.
"Registramos que as obras das usinas
hidrelétricas do Rio Madeira (usinas de Santo Antônio e Jirau) foram licitadas
pelo governo federal, do PT, não havendo, portanto, nenhuma participação do
governo de Minas. Em uma delas, em Jirau, a Cemig foi inclusive derrotada.
Dessa forma, não há qualquer elemento ou mesmo indício de participação do
senador Aécio Neves em favor da empresa."
José Serra (PSDB),
senador
Com base nas delações premiadas e com autorização
do STF, Serra é investigado por receber doações ilegais da Odebrecht para
suas campanhas em troca de facilitar contratos da empresa
no estado de São Paulo.
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Durante sua gestão em São
Paulo, a Odebrecht venceu contratos para obras públicas. Em 2008, Serra teria
solicitado "diretamente" um pagamento de R$ 3 milhões como contribuição
à prefeitura da capital paulista.
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Ex-presidente do conselho da
Braskem, petroquímica do grupo Odebrecht, Pedro Novis, disse que fez
contribuições para as campanhas de José Serra para manter um bom relacionamento
e buscar auxílio futuro em contratos.
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Novis diz que pagou R$ 2
milhões para a campanha de Serra em 2004, para prefeitura de São Paulo, e de R$
4 milhões para sua candidatura ao governo de São Paulo em 2006. Os pagamentos
foram feitos por meio de contas no exterior indicadas por Amaro Ramos.
·
O executivo também relatou
que negociou uma doação de R$ 3 milhões em 2009 com o presidente do PSDB,
Sérgio Guerra.
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Em outra negociação, Novis
autorizou o pagamento de R$ 23,3 milhões. De acordo com o delator, os
pagamentos foram combinados entre "representantes do grupo Odebrecht e
Ronaldo César Coelho e Márcio Fortes, pessoas indicadas pelo Senador da
República José Serra."
O que diz Serra
Em nota, o senador José Serra afirma que não
cometeu nenhuma irregularidade e que suas campanhas foram conduzidas pelo partido
na forma da lei. Segundo ele, a abertura do inquérito pelo STF servirá como
oportunidade de demonstrar essas afirmações e a lisura de sua conduta.
Eliseu Padilha
(PMDB), ministro da Casa Civil
Atual ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha é suspeito de cobrar propinas, de
pelo menos R$ 8 milhões, em nome do PMDB e do presidente Michel Temer para
financiar campanhas eleitorais. Ele é investigado por corrupção ativa e
passiva, e lavagem de dinheiro.
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Na primeira investigação,
Padilha teria recebido um pagamento de R$ 4 milhões para garantir cláusulas
para concessão do aeroporto Galeão, no Rio de Janeiro, em 2014.
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O ministro também teria
participado do jantar com Marcelo Odebrecht e Temer no Palácio do Jaburu, no
qual teria solicitado o repasse de R$ 10 milhões para a campanha eleitoral.
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No segundo inquérito, Padilha
estaria envolvido na cobrança de vantagens indevidas na construção de uma linha
de trem entre Novo Hamburgo e São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Ele teria
recebido cerca de R$ 3,2 milhões para interferir na licitação.
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No sistema de pagamentos da
Odebrecht, Padilha seria identificado como "Bicuíra".
Marcelo Odebrecht cita Eliseu Padilha em delação
premiada
O que diz Padilha
O ministro da Casa Civil informou que só vai se
manifestar nos autos.
Wellington
Moreira Franco (PMDB), ministro da Secretaria Geral da Presidência
Assim como Padilha, Moreira Franco é suspeito de pedir propina para campanhas
eleitorais em nome do PMDB e de Michel Temer, segundo o
inquérito.
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Moreira Franco foi citado
pelo executivo Paulo Cesena, que discutiu com o ministro a manutenção de
cláusulas que aumentariam a chance de a empresa vencer uma segunda rodada de
concessões aeroportuárias.
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Benedicto Barbosa da Silva
relatou um repasse de R$ 4 milhões, solicitado por Franco ao grupo empresarial,
e pago a Eliseu Padilha, a pretexto da campanha eleitoral de 2014.
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Documentos da Odebrecht
apontam pagamento a uma pessoa com apelido “Primo”.
O que diz Moreira Franco
A assessoria de imprensa do ministro disse que ele
não irá comentar o caso.
Bruno Araújo
(PSDB), ministro das Cidades
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Ministro Bruno Araújo (PSDB-PE) (Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara) |
O ministro das Cidades, Bruno Araújo será
investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR) pelos crimes de
corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava
Jato.
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Araújo é suspeito de ter recebido R$ 600 mil da empreiteira
Odebrecht para agir em favor da empresa no Congresso quando
era deputado federal.
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Os valores, ainda segundo as
denúncias, foram entregues a pretexto de doação eleitoral.
O que diz Bruno Araújo
Em nota enviada pelo ministério das Cidades, Araújo
afirma que pediu doações para diversas empresas conforme a lei eleitoral,
inclusive para a Odebrecht e que manteve uma “relação institucional com todas
essas empresas”. “Em todo o meu mandato, sempre atuei em prol de interesses
coletivos. Atuei de acordo com a minha consciência”, disse no comunicado.
Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB), ministro das Relações Exteriores
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Ministro Aloysio Nunes (PSDB-SP) (Foto: Pedro França/Agência Senado) |
O ministro de Relações Exteriores também será
investigado por receber doações ilegais em troca de favores políticos.
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Nunes é suspeito de receber ilegalmente R$ 500 mil do grupo
Odebrecht para financiar sua campanha para o Senado em troca
de favores políticos.
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Ele está no mesmo inquérito
que pede a investigação do senador José Serra (PSDB) por irregularidades na licitação das
obras do Rodoanel Sul em São Paulo, que favoreceram a Odebrecht.
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A Odebrecht chegou a pagar R$
2,2 milhões a uma offshore de Amaro Ramos, que é apontado como operador do
PSDB.
José Serra e Aloysio Nunes estão entre os citados
em delações da Odebrecht
O que diz Aloysio Nunes
O ministro disse que as acusações são mentirosas e
que comentaria a questão após ter acesso ao pedido de inquérito.
Gilberto Kassab
(PSD), ministro da Ciência e Tecnologia
Citado em 2 inquéritos, Gilberto Kassab é suspeito de receber milhões de reais em
vantagens indevidas, tanto quando ocupava o cargo de prefeito de São
Paulo, quanto na posição de ministro das Cidades e no atual cargo.
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No 1º inquérito, os
executivos Benedicto Barbosa e Paulo Cesena afirmaram que Kassab recebeu um
total de R$ 20 milhões, distribuídos ao longo de vários episódios, entre 2008 e
2014.
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Um 2º documento aponta que
Kassab foi um dos beneficiários em um esquema de pagamentos de vantagem
indevida para agentes públicos em obras viárias de São Paulo em 2008.
·
A propina seria de 5% do
contrato, além de um adiantamento de R$ 2 milhões, que não foi pago porque já
existiam doações diretas ao então candidato Kassab.
Ministro Gilberto Kassab é citado por executivos da
Odebrecht
O que diz Kassab
Em sua defesa, o ministro emitiu um comunicado no
qual diz que “confia na Justiça, ressalta que não teve acesso oficialmente às
informações e que é necessário ter cautela com depoimentos de colaboradores,
que não são provas. Reafirma que os atos praticados em suas campanhas foram
realizados conforme a legislação."
Marcos Antônio
Pereira (PRB), ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
![]() |
Marcos Pereira, ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, será investigado pela PGR (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) |
Segundo inquérito, Pereira é suspeito de receber
dinheiro da Odebrecht em favor do Partido Republicano Brasileiro (PRB), do qual
era presidente, na campanha à presidência de Dilma Rousseff.
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Segundo Marcelo Odebrecht, um pagamento de R$ 7 milhões foi realizado diretamente ao ministro
Marcos Pereira.
O que diz Marcos Pereira
Em nota, Pereira diz que está à disposição da
Justiça para prestar todos os esclarecimentos necessários,”muito embora não
tenha sido notificado oficialmente nem tenha conhecimento de nada daquilo que é
acusado”.
O ministro diz que “agiu sempre dentro da lei,
buscando doações empresariais respeitando as regras eleitorais, e esclarecerá
não ter qualquer envolvimento com atitudes ilícitas”.
Blairo Maggi
(PP), ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
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Blairo Maggi, ministro da Agricultura (Foto: Tais Laporta / G1) |
Maggi é suspeito de ser o destinatário de pagamentos durante sua
campanha à reeleição em 2006, no Mato Grosso, de acordo com
delatores da Odebrecht. Ele é alvo de inquérito autorizado pelo STF.
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Blairo Maggi teria recebido
R$ 12 milhões durante campanha em 2006 ao governo do estado do Mato Grosso.
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Os pagamentos foram
registrados nas planilhas da Odebrecht com o apelido de "Caldo".
O que diz Maggi
"Lamento que meu nome tenha sido incluído numa
lista de pessoas citadas em delações da Construtora Odebrecht, sem que eu tivesse
qualquer possibilidade de acesso ao conteúdo para me defender. Me causa grande
constrangimento ter minha honra e dignidade maculadas, numa situação na qual
não sei sequer do que sou acusado."
"Mesmo assim, gostaria de esclarecer que: 1.
Não recebi doações da Odebrecht para minhas campanhas eleitorais; 2. Não tenho
ou tive qualquer relação com a empresa ou os seus dirigentes. 3. Tenho minha
consciência tranquila de que nada fiz de errado."
Helder Barbalho
(PMDB), ministro da Integração Nacional
Agora alvo de inquérito, Barbalho é suspeito de
receber dinheiro não contabilizado durante sua campanha ao governo do Pará em
2014.
·
Com objetivo de ser uma
concessionária da área de sanemaneto básico no Pará, a Odebrecht diz ter passado R$ 1,5 milhão para a campanha de
Barbalho ao governo do estado em 2014. O valor foi pago em
3 parcelas.
·
O próprio Barbalho teria
solicitado o dinheiro, repassado através do Setor de Operações Estruturadas do
grupo Odebrecht. O então candidato era conhecido pelo apelido de "Cavanhaque".
O que diz Helder Barbalho
O ministro nega que tenha cometido ilegalidades e
reafirmou que todos os recursos que recebeu como doações para sua campanha em
2014 foram devidamente registradas junto ao TRE-PA, que aprovou todas as suas
contas.
A nota acrescenta que "não tinha e não tem
qualquer ingerência sobre a área de saneamento no município de Marabá", e
"destaca sua estranheza com o codinome Cavanhaque, em toda sua trajetória
política, Helder Barbalho nunca usou cavanhaque".
Guido Mantega, ex-ministro
O nome de Mantega aparece em 4 petições encaminhadas por Fachin à Justiça
Federal do Paraná baseadas em delações de executivos da Odebrecht. Ele
é suspeito de cometer os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem
de dinheiro.
·
Segundo 3 delatores, em 2012,
Mantega e dois deputados federais se comprometeram a ajudar o braço imobiliário
da empreiteira a vender uma torre comercial e um shopping em São Paulo. O
negócio envolveria o fundo de pensão Previ. Em troca, a Odebrecht teria pago R$
27 milhões ao PT.
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Em 2011, o chefe de gabinete de
Mantega propôs a Marcelo Odebrecht a contratação de uma consultoria por valores
acima do mercado em troca da manutenção de boas relações com o Ministério da
Fazenda e o BNDES. O documento não cita valores.
·
Marcelo Odebrecht relata o
pagamento de patrocínio de R$ 1 milhão à revista Brasileiros a pedido de
Mantega.
·
Um e-mail trata de pagamentos
ilícitos a Mantega condicionados à solução de problemas da Odebrecht com a
Petrobras.
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Mantega é citado por
delatores da Odebrecht quando eles relatam o funcionamento das planilhas com
osapelidos "Italiano" e "Pós-italiano" em suposta
referência aos períodos em que Palocci e ele ocuparam cargos no governo,
segundo o Ministério Público.
Marcelo Odebrecht cita ex-ministro Guido Mantega em
delação premiada
O que diz Mantega
O advogado José Roberto Batochio disse que a defesa
de Mantega ainda não conhece os motivos para abertura do inquérito e que só vai
se pronunciar quando tiver acesso ao teor da denúncia.
Antonio Palocci
(PT), ex-ministro
![]() |
Ex-ministro Antonio Palocci (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters) |
Como Palocci não tem foro privilegiado, o ministro
Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou 3 petições a outras
instâncias do Judiciário e também pediu a inclusão de informações em inquéritos
já abertos na Suprema Corte. Os documentos não informam valores.
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Em troca de repasses de
dinheiro, o ex-ministro teria o compromisso de facilitar a concessão de
benefícios fiscais, relativos a crédito presumido de PIS/Cofins, para a
Braskem.
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Segundo os delatores, as
negociações resultaram na edição da medida provisória 252/05, posteriormente
convertida na Lei 11.196/05 (sobre tributação para exportação de serviços de
tecnologia).
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Marcelo Odebrecht disse que repassou R$ 14 milhões a Palocci,
a pedido de Benjamin Steinbruch, presidente à época da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN).
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Nas planilhas da Odebrecht,
Palocci teria o apelido de "italiano".
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Palocci também seria o
intermediário em um repasse de Marcelo Odebrecht, entre R$ 35 milhões e R$ 40 milhões,
a Luiz Inácio Lula da Silva.
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